terça-feira, 3 de abril de 2018

Criança precisa de rotina





Para os pais que acreditam que o filho precisa ter tudo o que eles não tiveram, melhor rever o conceito. 

Os filhos precisam de pais presentes, precisam de rotina: saber onde dormem, o horário das refeições, saber que alguém irá buscá-los após a escola, que em função da separação dos pais a semana ele passará com a mamãe e o final de semana com papai (não necessariamente nessa ordem) e será amado em ambos os contextos. 

Precisam de alguém que os ensine a não maltratar os animais, não contribuir para o crescimento do preconceito, a devolver o brinquedo do amiguinho que pegou num momento, dentre outras regras de convivência.

Não é luxo, não é tecnologia, nem viagens à Disney, tampouco é “fast-food” diariamente, apenas o bom e velho amor associado ao tempo de qualidade. Menciono apenas o necessário para a sobrevivência e formação do caráter, o restante são vantagens que podem ser agregadas com moderação, caso caibam no orçamento familiar.


Lembrando que, é preferível ter a presença dos pais, do que os bens materiais, o carinho, o olhar e a escuta são os maiores tesouros para a criança

A criança vai à praia de fusca e come pão com mortadela feliz da vida, pra ela o que vale é o amo, já o adulto, frequentemente fantasia o que agrada a criança e se estressa mantendo vários empregos para pagar pacotes de viagens internacionais que ocorrem a cada não sei quantos anos.

Vemos exemplos de pessoas que vieram de lar cujos pais eram  dedicados, mesmo com todas as  complicações cotidianas, entretanto, são adultos saudáveis, criativos e bem sucedidos. 


Outros que vieram de lares aparentemente perfeitos, tendo tudo ao alcance e são pessoas desajustadas emocionalmente. É muito relativo, a criança precisa de uma rotina que transmita segurança, que faça com que ela se sinta amada e desejada e isso ela pode ter morando num casebre ou num castelo.

Aos olhos de alguns, criança feliz é criança que tem de tudo, aos olhos de estudiosos do comportamento, criança feliz é criança que tem que tem o necessário (amor, carinho, apoio, segurança)e que pais que saibam frustrar em algum momento, afinal a vida frustra.

Embora possam ter falhado conosco em algumas áreas, não por negligência mas, por ignorar o peso de determinados atos e palavras para nós, nossos pais nos transmitiram uma bagagem cultural importantíssima:

 Sabe por que apreciamos um pão francês com manteiga e uma xícara de café pela manhã? Rotina compartilhada na mesa de refeições com a família nos finais de semana.

Sabe por que ainda insistimos em comer um bolo no dia de nosso aniversário? Rotina que lembra a infância, as festinhas que mamãe fazia, onde ela mesma preparava e recheava o bolo com leite condensado cozido na pressão.

Sabe por que cumprimentamos as pessoas? Rotina observada quando saíamos as ruas com nossos pais e avós.


Sabe por que apreciamos comer macarrão aos domingos, repetir o arroz com feijão e o ovo frito, tomar café e molhar o pão na canequinha, ler bela adormecida, ir à igreja, ir ao cinema, ouvir determinadas músicas ?… tudo rotina! 

Hábitos e valores que nos foram transmitido, os quais levamos pela vida e vamos multiplicando através das gerações, com o intuito de ter nossos queridos sempre por perto presencialmente ou na memória.

Tudo em nossa vida é reflexo de nossa educação familiar, se criamos com amor e respeito, sua criança se tornará um adulto educado e feliz.

Não precisamos reproduzir o que é ruim, se temos convicção que algo nos afetou e marcou nossa vida, vamos evitar levar adiante e comprometer a relação com nossos filhos, amigos, e cônjuges. 


Façamos uma releitura sem pressa de nossa infância, veremos que somos o que somos porque tivemos base e chão firme sob nossos pés, não porque nos foi oferecido games e roupas de grife.Talvez tivemos acesso ao básico do básico mas, não nos faltou o essencial: carinho, amor, disciplina e ROTINA.


Baseado  texto da psicóloga da Gilsemeire Campos

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