COMO GARANTIR O “BRINCAR-APRENDER” NAS UNIDADES EDUCACIONAIS EM MEIO À UMA CRISE PANDÊMICA?
Profª. Ma. Maria Cristina Albino Galera
Servidora – PMSP
Professora Educação Infantil
Atualmente se presencia um
momento histórico único em que todas as pessoas do planeta foram pegas de
surpresa pela COVID-19[1] e se espantaram por sua
alta taxa de transmissibilidade e mortalidade. Mas, com o passar do tempo, ao surgirem
informações profiláticas para a contenção do vírus, as pessoas passaram a se
adaptar à nova realidade e a mudar sua rotina, adotando, no dia a dia, medidas
como o isolamento e o distanciamento social, a higienização das mãos (álcool em
gel; água e sabão), o uso de máscaras, o uso de termômetro - para aferir
temperatura corporal, etc...
Ainda estamos com leitos de
hospitais cheios e com inúmeros casos de falecimento diário e, em meio a tudo
isso, as escolas públicas municipais de São Paulo passaram a atender presencialmente
o público[2] em fevereiro de 2021. Mas,
para que fosse possível reabrirem, precisaram seguir à risca os Protocolos
Sanitários de Volta às Aulas Presenciais.
Porém, os protocolos
inviabilizam[3]
que ocorra a indissociabilidade do brincar-aprender[4], porque não há
possibilidade de haver a interação, quesito essencial no ato de brincar -
interação social (indivíduo x indivíduo) e material (indivíduo x objeto). Para
Galera (2019, p. 47) o “[...] brincar é a principal atividade das crianças
[...] as crianças aprendem brincando.” (ibid.) e, além do mais expressam:
“[...] sentimentos, valores, conhecem a si próprios, criam situações variadas,
exploram objetos, comunicam-se, constroem e reconstroem novas significações
[...]” (FRANCESCHINI, 2018, apud GALERA, 2019, p. 47), assim,
colaborando para a elaboração das culturas infantis.
Deste modo, como podemos garantir
o “Brincar-Aprender” nas unidades educacionais em meio à uma crise pandêmica? Esta
pergunta “não quer calar” e nós, professoras (es) dos CEI’s de todo o país, pesquisadoras
(es) acadêmicas (os) da área da infância e profissionais da área da saúde estamos
no processo flexível dialógico de possíveis respostas.
Entretanto, nós discentes do
CEI Inocoop Ipiranga, estamos agindo da seguinte maneira: separando kits de
brinquedos para cada criança, sendo estes sempre higienizados. Esta é a única
brincadeira “autônoma” da criança. As demais brincadeiras são “dirigidas”; por
exemplo, roda de música, de conversa, de contação de história sempre com as
crianças contidas, sentadas e separadas, por conta das medidas sanitárias. Então
sim, cremos que a essência do brincar, de sua razão de ser assunto principal
nas pautas sobre educação na infância, estão sim, sujeitas a diminuírem
drasticamente com a atual situação pandêmica do Brasil e do Mundo. Será que o
cuidar irá prevalecer ao educar? Isso será pauta para outras escritas...
Referências
GALERA,
Maria Cristina Albino. Musicalização na creche: crianças de 2 a 3 anos e
suas criações sonoro-musicais. Dissertação de Mestrado. Universidade Municipal
de São Caetano do Sul – USCS. São Caetano do Sul: 2019.
[1] Primeiros casos no Mundo/China em 2019.
[2] Comunidade escolar: famílias, crianças,
professoras(es); gestoras(es); terceirizadas(os).
[3] Inviabilizam, pois as crianças não
podem, por exemplo: se abraçar, dividir o mesmo espaço e/ou objeto, etc.
[4] Brincar e Aprender: termo criado neste
texto pela autora (GALERA, Maria Cristina Albino) para designar a brincadeira
como meio de aprendizagem da criança.
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