sexta-feira, 30 de abril de 2021

Um pouco da nossa rotina...

COMO GARANTIR O “BRINCAR-APRENDER” NAS UNIDADES EDUCACIONAIS EM MEIO À UMA CRISE PANDÊMICA?       


 Profª. Ma. Maria Cristina Albino Galera

Servidora – PMSP

Professora Educação Infantil

CEI Diret. Inocoop Ipiranga

Atualmente se presencia um momento histórico único em que todas as pessoas do planeta foram pegas de surpresa pela COVID-19[1] e se espantaram por sua alta taxa de transmissibilidade e mortalidade. Mas, com o passar do tempo, ao surgirem informações profiláticas para a contenção do vírus, as pessoas passaram a se adaptar à nova realidade e a mudar sua rotina, adotando, no dia a dia, medidas como o isolamento e o distanciamento social, a higienização das mãos (álcool em gel; água e sabão), o uso de máscaras, o uso de termômetro - para aferir temperatura corporal, etc...

Ainda estamos com leitos de hospitais cheios e com inúmeros casos de falecimento diário e, em meio a tudo isso, as escolas públicas municipais de São Paulo passaram a atender presencialmente o público[2] em fevereiro de 2021. Mas, para que fosse possível reabrirem, precisaram seguir à risca os Protocolos Sanitários de Volta às Aulas Presenciais.

Porém, os protocolos inviabilizam[3] que ocorra a indissociabilidade do brincar-aprender[4], porque não há possibilidade de haver a interação, quesito essencial no ato de brincar - interação social (indivíduo x indivíduo) e material (indivíduo x objeto). Para Galera (2019, p. 47) o “[...] brincar é a principal atividade das crianças [...] as crianças aprendem brincando.” (ibid.) e, além do mais expressam: “[...] sentimentos, valores, conhecem a si próprios, criam situações variadas, exploram objetos, comunicam-se, constroem e reconstroem novas significações [...]” (FRANCESCHINI, 2018, apud GALERA, 2019, p. 47), assim, colaborando para a elaboração das culturas infantis. 

Deste modo, como podemos garantir o “Brincar-Aprender” nas unidades educacionais em meio à uma crise pandêmica? Esta pergunta “não quer calar” e nós, professoras (es) dos CEI’s de todo o país, pesquisadoras (es) acadêmicas (os) da área da infância e profissionais da área da saúde estamos no processo flexível dialógico de possíveis respostas.

Entretanto, nós discentes do CEI Inocoop Ipiranga, estamos agindo da seguinte maneira: separando kits de brinquedos para cada criança, sendo estes sempre higienizados. Esta é a única brincadeira “autônoma” da criança. As demais brincadeiras são “dirigidas”; por exemplo, roda de música, de conversa, de contação de história sempre com as crianças contidas, sentadas e separadas, por conta das medidas sanitárias. Então sim, cremos que a essência do brincar, de sua razão de ser assunto principal nas pautas sobre educação na infância, estão sim, sujeitas a diminuírem drasticamente com a atual situação pandêmica do Brasil e do Mundo. Será que o cuidar irá prevalecer ao educar? Isso será pauta para outras escritas...   

 

Referências

GALERA, Maria Cristina Albino. Musicalização na creche: crianças de 2 a 3 anos e suas criações sonoro-musicais. Dissertação de Mestrado. Universidade Municipal de São Caetano do Sul – USCS. São Caetano do Sul: 2019.

 

 



[1] Primeiros casos no Mundo/China em 2019.

[2] Comunidade escolar: famílias, crianças, professoras(es); gestoras(es); terceirizadas(os).

[3] Inviabilizam, pois as crianças não podem, por exemplo: se abraçar, dividir o mesmo espaço e/ou objeto, etc.

[4] Brincar e Aprender: termo criado neste texto pela autora (GALERA, Maria Cristina Albino) para designar a brincadeira como meio de aprendizagem da criança. 

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